Dia 10 de setembro, sábado, as Assessorias Técnicas Independentes – ATIs 39 Nacab e Cáritas realizaram o Seminário das Águas. A atividade, que foi realizada no escritório do Nacab na comunidade Sapo, contou com moradores das comunidades: Passa Sete, Turco, Ilha, Sapo, Taporoco, Córregos, Gondó, Itapanhoacanga e Cabeceira do Turco.
O seminário foi iniciado com a música “xote ecológico” de Luiz Gonzaga e uma reflexão sobre sua letra. O evento teve como objetivo apresentar as informações e resultados das análises coletadas, em cada território, construídos a partir das percepções das comunidades nos “Encontros das Águas”. Além disso foram apresentados os estudos feitos pelos técnicos das ATIs sobre os recursos hídricos das comunidades.
O educador social da ATI 39 Nacab, Elisson César conduziu uma dinâmica em que cada atingida e atingido completaram uma história de acordo com sua vivência comunitária relacionada à água. O intuito da ação foi motivar a reflexão conjunta sobre o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a importância da união da comunidade pelo cumprimento desse direito.
O grupo de trabalho (GT – Águas) que discute de forma mais aprofundada assuntos relacionados as águas, que organizou o seminário, é composto pelas ATIs 39 Nacab e Cáritas. Esse GT foi criado a partir das demandas dos atingidos relacionadas aos recursos hídricos. Entre as principais questões elencadas pelos atingidos estão: a falta de água, a baixa vazão dos rios e córregos, a inatividade de moinhos por conta da seca dos córregos, a mortandade de peixes, a diminuição do volume das águas subterrâneas, a perda de nascente e o comprometimento da qualidade da água.
O propósito do GT é produzir estudos técnicos que possam endossar as percepções dos atingidos sobre as águas, dessa forma os encontros em cada território serviram para entender o histórico de todas as comunidades, levantar e analisar dados. Desse modo, conhecer a realidade hídrica das comunidades no espaço e no tempo, compreender a importância da água em suas diferentes dimensões com relação à realidade de cada comunidade, identificar as mudanças hídricas percebidas a partir da chegada da mineradora e levantar informações técnicas com a participação comunitária para subsidiar ações futuras com vistas ao monitoramento independente da água nos territórios da ATI 39.
Durante o seminário os técnicos explicaram questões climatológicas, como as mudanças climáticas, os processos do ciclo da água e o comportamento dos sistemas atmosféricos (como La Niña e alta pressão atmosférica).
Como encaminhamento do seminário ficou estabelecido: elaboração de uma cartilha, revisão e ajustes nos mapas com o que foi sinalizado pela comunidade, solicitação de audiência pública para tratar da realidade hídrica das comunidades, disponibilização dos mapas em formato digital, finalização da documentação técnica e organização de mais 04 seminários com as 13 comunidades, dividido por blocos e aberto para todas as comunidades.
Texto: Bruna Daniely
Fotos: Rodrigo Teixeira
