NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

Comunidade Taporôco busca apoio do MP para alcançar direitos básicos 

A comunidade Taporôco, na zona rural de Alvorada de Minas, busca apoio do Ministério Público para solucionar violações de direitos sofridas pelos moradores. No dia 23 de julho, o morador e produtor rural Percílio Elias da Silva, da Comissão de Atingidos de Taporôco, esteve na Promotoria do Serro, para protocolar novo requerimento de denúncias já encaminhadas ao órgão, em dezembro de 2023 e em abril deste ano. Novamente, ele foi atendido pela promotora, Luísa Carla Vilaça Gonçalves Guimarães.  

“Minhas cobranças são legítimas! Nossa água está contaminada e, no período de chuvas, ficamos sem estradas. O atendimento da Saúde também é muito precário”
Percílio Elias
membro da Comissão de Atingidos de Taporôco

A Prefeitura de Alvorada de Minas realizou análise da água, retirada do ponto de captação da comunidade, e o resultado demonstrou que ela está inapropriada para consumo humano. Atualmente, a caixa d’água da comunidade é abastecida por caminhão-pipa pela Prefeitura. O Município instalou parte da rede de distribuição de água e cavaletes para caixas d’água em apenas algumas propriedades. O poço artesiano, até o momento, não foi perfurado.  

Quanto à estrada, os moradores relatam que houve manutenção há cerca de 30 dias, mas que os serviços realizados são paliativos e não evitarão as péssimas condições do acesso no período chuvoso. A comunidade cobra que os problemas sejam solucionados de forma definitiva. 

Taporôco também reivindica ser incluída no Programa de Convivência da Anglo American, como é feito em outras comunidades atingidas pelo complexo Minas-Rio, para tratar sobre os impactos negativos causados pelas atividades minerárias. 

“Os moradores de Taporôco estão desassistidos, porque nem a Prefeitura, nem a Anglo American querem assumir parcerias que possam promover o bem-estar da comunidade”,
Camilla Almeida
coordenadora territorial da ATI 39 Nacab
“Entendo que a situação em Taporôco, em decorrência do isolamento que vivem, é mais complicada. Mas, a partir do momento em que falamos de direitos básicos, todos devem ser atendidos”
Luísa Guimarães
promotora da Comarca do Serro

Reportagem e fotos: Patrícia Castanheira 
Edição: Brígida Alvim 
Comunicação da ATI 39 Nacab