O NACAB promoveu nas últimas quinta e sexta-feira (29 e 30 de outubro) reuniões com representantes das comissões que abrangem a Região 3 da bacia do Rio Paraopeba. Os encontros, realizados com o envolvimento de diferentes gerências da Assessoria Técnica Independente (ATI R3), tiveram como objetivo informar às pessoas e comunidades atingidas sobre o início de diferentes frentes de trabalho de campo nos territórios a partir da próxima semana.
A reunião aconteceu de forma virtual e os representantes das comissões foram organizados em diferentes salas, agrupadas de acordo com a localidade. Segundo a Gerência de Participação e Engajamento, esses encontros são um importante espaço de diálogo para troca de informações entre a ATI R3 e atingidos. “Foi uma tarefa muito gratificante dar a informação às comissões de que os técnicos do NACAB estarão de forma presencial no território a partir da próxima semana, o que vai facilitar na compreensão do processo e na realização efetiva do trabalho”, ressaltou Maria Cecília Alves, especialista da Gerência de Participação e Engajamento do NACAB.
Foi apresentada pela Gerência de Participação e Engajamento a proposta de reuniões fixas mensais, envolvendo os atingidos e atingidas de toda a região 3, para assuntos gerais. E encontros quinzenais com as comissões para questões mais específicas. As sugestões sobre essa proposta devem ser enviadas para o Chip Dúvidas, (31) 99596-9065.
Além da Gerência de Participação e Engajamento, participaram das reuniões representantes das gerências Socioambiental e de Socioeconomia e Cultura, analistas de campo e os coordenadores dos três escritórios do NACAB na região afetada.
O início da pesquisa de solo e a análise de animais mortos
A Gerência Socioambiental deu sua contribuição nas reuniões dando mais informações sobre o início da pesquisa do solo da região, com o trabalho de coleta de amostras, bem como capacitou os atingidos para atender a solicitação da “Chamada 06” da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com a Chamada 06, os atingidos que avistarem animais mortos devem solicitar análises biológicas desses materiais. Isso é importante para avaliar a relação do crime da Vale com a mortandade de animais na região.
As duas ações já se iniciam no mês de novembro em todo o território 3. Ambas são muito importantes no levantamento de elementos técnicos referentes aos danos sofridos pelas comunidades após o rompimento.
“Está sendo um espaço de troca muito rico e cada vez mais percebemos o quanto o trabalho informativo e participativo junto aos atingidos e atingidas do território é importante. O sucesso no levantamento destes dados depende da participação de todos. Para a coleta de solos, por exemplo, vamos contar com o apoio das lideranças das comissões, para garantir que todos os pontos sejam amostrados e que consigamos obter os resultados tão esperados a respeito da qualidade do solo na região”, disse Dayane Lopes, especialista da Gerência Socioambiental.
Saiba mais sobre o início das coletas de solo clicando nesse link
Sobre análise dos animais encontrados mortos, ouça a entrevista do especialista pleno da Gerência Socioambiental, Lucas Grossi:
Criação de um mapa de percurso do território
Outra atividade importante que terá início agora, em novembro, apresentada pela Gerência de Socioeconomia e Cultura, é o início das ações de preparação para uma grande pesquisa que levantará informações socioeconômicas do território 3. Essa preparação é chamada de Mapa de Percurso e consiste numa atividade que percorrerá todo o território 3 traçando um mapa cartográfico com informações detalhadas sobre as populações, suas principais características e dinâmicas sociais.
Esse Mapa de Percurso é a primeira etapa para a pesquisa que diagnosticará os danos causados pelo rompimento da barragem e que será desenvolvido por uma empresa contratada.
“Essa ação é uma atividade que vai nos ajudar a aproximar das realidades do território. Iniciamos os primeiros estudos por georeferenciamento e ferramentas de satélites, para identificação da região, mas agora nós queremos adequar as informações que foram levantadas à distância ao cotidiano das comunidades. Identificar as características e checar o que existe naquelas localidades”, disse a especialista da Gerência de Socioeconomia e Cultura do NACAB, Leila Regina.
Texto: Márcio Martins / Assessoria de Comunicação ATI R3 – NACAB