Fundação Getúlio Vargas inicia cadastros na área de abrangência do escritório do Nacab em Pará de Minas
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou na última semana novos cadastros do Programa de Transferência de Renda (PTR) na Região 3, dando início ao cadastramento na área de abrangência do escritório do Nacab em Pará de Minas.
Durante seis dias consecutivos, equipes da FGV estiveram em Beira Córrego e Retiro dos Moreiras, no município de Fortuna de Minas, onde realizaram o cadastro das pessoas da região. Além do critério territorial, por se tratar de um território já reconhecido como remanescente de quilombo, também houve o cadastro de pessoas quilombolas pelo critério de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs).
Para a coordenadora do escritório de Pará de Minas, Lídia Vieira, o cadastramento e gestão do PTR é uma responsabilidade da FGV. A ATI Paraopeba Nacab, contudo, tem apoiado as comunidades no acesso à documentação necessária, tirando dúvidas e explicando sobre todo o processo. Para isso, as equipes da ATI montaram um estande para o atendimento das pessoas da região, acompanhando o cadastramento durante todos os dias.
Já estamos lutando para ampliar o auxílio emergencial há muito tempo e a chegada do cadastramento é uma conquista das pessoas atingidas. Mas ainda existem muitos desafios e estamos aqui para auxiliar as comunidades em todo esse processo. A avaliação dessa semana é positiva pois tivemos a presença de muitas pessoas e uma grande adesão”, explica Lídia Vieira.
O calendário do mês de julho já foi divulgado pela FGV (confira abaixo) e a expectativa na região do escritório de Pará de Minas é que até o fim do mês seja iniciado o diálogo com moradores e moradoras de Muquém e da Comunidade dos Rosas.
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Perda de renda
A perda da renda e a dificuldade para retomar a produção são problemas enfrentados pelas pessoas da região 3. Com a impossibilidade do uso do rio e os impactos na plantação e pastagens, a dinâmica econômica local foi afetada ao longo de toda a Bacia do rio Paraopeba. Para mitigar esses impactos, uma das maiores expectativas das pessoas é a chegada do PTR, já que o pagamento emergencial, antes pago pela mineradora Vale, não beneficiou muitas das pessoas no território.
Para o trabalhador rural de Beira Córrego, José Rosa dos Santos Filho, de 69 anos, foram três anos de muitas perdas financeiras e o valor previsto com o benefício virá em boa hora.
“Desde que houve o rompimento, o nosso rendimento caiu muito. Eu tinha muita produção, chegava a passar serviço para muita gente e hoje estamos sem demanda e seguimos apenas eu e meu filho. Foi um fracasso grande em nossa renda. Se esse dinheiro chegar agora, chega em boa hora porque sempre temos esperança de algo melhor. Acompanho tudo e estou esperando que esse auxílio realmente saia dessa vez”, afirma.
Ainda segundo o trabalhador, quanto mais coisas efetivas começarem a chegar no território mais eles estarão perto de uma reparação de fato.
Matéria e fotos: Bárbara Ferreira
Edição: Leonardo Dupin
Vídeo: Grax Medina