Comunidades da ZAS visitam possíveis áreas para o reassentamento

Nos dias 28 de setembro, 05, 12 e 19 de outubro, e 15 de novembro, a Anglo American levou as pessoas atingidas das comunidades de Passa Sete, Água Quente, São José do Jassém, Beco e localidades que estão na área de estudo para conhecerem possíveis terrenos para reassentamentos coletivos, rural e urbano. As propriedades chamadas de A, B e D estão localizadas em Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro.

Técnicos da ATI Nacab acompanharam os moradores das comunidades atingidas visando assessorar, orientar e assegurar que o local escolhido atenda às necessidades e às expectativas das famílias.

De acordo com o coordenador técnico do Nacab, Guilherme Bongiovani, “dos dois terrenos em Alvorada de Minas, um deles terá uma parte destinada ao reassentamento rural e uma parte para o urbano. O outro terreno será, exclusivamente, urbano. Já a área de Conceição do Mato Dentro será destinada para o reassentamento coletivo rural. Uma avaliação que a gente faz é que alguns terrenos geram preocupação, principalmente, em relação à água. Hoje não sabemos como será o abastecimento de água desses reassentamentos, se vai ser através da Copasa ou se vai ser um abastecimento próprio. A comunidade tem de ter todos os estudos para uma escolha assertiva.”

"Eu achei um lugar bom, mas estou indeciso, viu, o problema todo é a questão da água. Minha expectativa sobre o novo reassentamento é que eu mantenha o estilo de vida que tenho, quero zona rural. Se eu pudesse arrumava um lugar logo para sair, pois estou debaixo da barragem."

Sebastião Sena

Morador de Passa Sete fala sobre a visita à propriedade D – Tijucal, em Conceição do Mato Dentro.

Vanja Teixeira, moradora de Passa Sete, ressaltou “Temos várias preocupações, uma delas é com esses terrenos que a Anglo está apresentando, com a distância, com a água. O maior prêmio para nós hoje é a água, se não tiver isso não teremos nada. É preocupante, viu.”

“A visita foi boa! O lugar é bonito, tem água, mata de preservação e boa localização. Pela pastagem, percebi que a terra é boa para quem terá plantio”, disse Evandro Reis de Carvalho, de Água Quente/Teodoro, que também participou da visita ao terreno D- Tijucal.

“É uma decisão difícil no momento! Achei o lugar bonito, mas a questão da água me preocupa. Nos mostraram três nascentes, duas estão longe da parte alta do terreno e a outra, onde passa um córrego, achei o volume da água baixo por estar chovendo. Na seca, a tendência é diminuir ainda mais. Sobre a qualidade, parte do terreno tem terras melhores, outra parte é inferior, mas isso não seria o maior problema

José Adilson Miranda e Silva

Morador do Beco, sobre o terreno D.

A analista multidisciplinar da ATI, Karine Ferreira, ressalta que “durante essas visitas, as famílias têm a oportunidade de avaliar aspectos fundamentais, como a localização da área, a disponibilidade de recursos naturais (água e solo fértil) e as condições gerais do terreno. Além disso, podem identificar aspectos que precisam ser adequados ou aprimorados, incluindo infraestrutura, acessibilidade, serviços públicos e qualidade ambiental. Essas visitas também fortalecem o protagonismo das comunidades no processo de decisão, contribuindo para negociações mais assertivas e reduzindo o risco de insatisfações ou conflitos futuros relacionados ao reassentamento.”

Outras visitas serão agendadas para que as comunidades escolham o melhor lugar para o recomeço. Vale lembrar que as comunidades estão em um momento de reta final das negociações com a mineradora para o Plano de Reassentamento.