NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE)

Informações básicas

O que são os ERSHRE?

O rompimento da barragem BI, da mina do Córrego do Feijão, da empresa Vale S.A, em Brumadinho (2019), lançou uma grande quantidade de rejeito de minério no ambiente, atingindo o rio Paraopeba. Frente a essa realidade, Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE) foram demandados por órgãos de saúde e meio ambiente do Estado de Minas Gerais, em parceria com as Instituições de Justiça, visto os potenciais riscos e impactos que a exposição ao rejeito de minério pode causar à saúde das pessoas, bem como ao meio ambiente.

Quem realiza esses estudos?

O Grupo EPA e a Tecnohidro foram as consultorias contratadas para realizar esses estudos, com custeio da Vale S.A.

Quais são as fases desses estudos e em que etapa eles se encontram?

Esses estudos serão desenvolvidos em cinco fases, de modo que os resultados obtidos em cada uma delas, orientam e subsidiam as atividades da fase seguinte. No atual momento, todos os municípios que participam desses estudos ainda estão na Fase 1

  • Fase 1 – Nessa primeira etapa, o Grupo EPA investiga os dados públicos de saúde dos municípios, bem como as informações sobre: aspectos históricos da região, dados de uso e ocupação do solo, caracterização da população atingida, dentre outras. O Grupo EPA também realiza reuniões e aplica questionários com integrantes das comunidades para saber quais são as preocupações das pessoas atingidas com sua saúde durante essa fase. 
  • Fase 2 – Realização de coletas de amostras em solo, sedimentos, água subterrânea e superficial, alimentos vegetais, alimentos de origem animal e poeira, caso os dados já disponíveis não sejam suficientes para a realização da Fase 3.  
  • Fase 3 – A partir das informações obtidas nas reuniões e questionários da Fase 1 e pelos resultados obtidos nas coletas de materiais da Fase 2, na terceira fase são calculados os riscos teóricos de contaminação, relacionados ao contato e exposição do ser humano, plantas e animais com o rejeito da barragem.
  • Fase 4 – A partir dos resultados obtidos nos cálculos realizados na fase anterior, serão propostas as ações de saúde pública, de monitoramento e remediação ambiental, de obras de engenharia e de controles institucionais necessários para mitigar ou extinguir os riscos identificados. Essas informações serão consolidadas no Plano de Gestão Ambiental Integrada, incluindo a escolha de possíveis alternativas de eliminação dos riscos pelas comunidades. 
  • Fase 5 Execução dos projetos, planos e ações de intervenção para acompanhamento da saúde da população afetada, bem como para a recuperação e monitoramento do meio ambiente, contidos no Plano de Gestão Ambiental Integrada  
Como as pessoas atingidas participam?

As pessoas atingidas têm participação prevista nas fases 1, 2 e 4 dos estudos. Elas podem participar das reuniões organizadas pelo Grupo EPA nas comunidades e a qualquer momento pelo canal 0800 da empresa.  

 

A ATI Paraopeba Nacab também está à disposição das pessoas atingidas da Região 3 para auxiliar em alguma dúvida sobre esses estudos, bem como outras informações que sejam do interesse das pessoas atingidas. Você pode nos contactar pelo Chip Dúvidas (31) 99596-9065 ou com o analista de campo mais próximo de você.

O que pode ser esperado desses estudos?

A partir dos resultados obtidos pelos ERSHRE, espera-se que sejam definidas estratégias de intervenção no território impactado, de modo a considerar medidas de controle institucional, de monitoramento, de remediação, de acompanhamento a saúde pública, de comunicação de risco, integrando-as no Plano de Reparação Ambiental Integral da Bacia do Rio Paraopeba (saiba mais aqui sobre o PRSA). 

Qual a atuação das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) nos ERSHRE?

A Resolução Conjunta SEPLAG/SES/SEMAD/FEAM nº 01 de 22 de setembro de 2021 informa que as ATIs apoiam a participação informada das pessoas atingidas, em linguagem adequada.

Como se dá a participação de Povos e Comunidades Tradicionais?

Está prevista a execução de estudos de avaliação de risco específicos para Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) na bacia do rio Paraopeba. No entanto, as ATIs ainda não possuem informações sobre o projeto a ser executado, nem as fases de execução e início desses estudos.