Reunião celebrou os avanços e fechou um grande encontro com atingidos para o dia 15 de janeiro
Na noite da última terça-feira, 21, o Nacab promoveu um encontro com integrantes das comissões de atingidos da Região 3 da Bacia do Paraopeba. Realizada no formato on-line, a reunião contou com quase 100 pessoas, entre atingidas, atingidos, profissionais da Coordenação Metodológica e Finalística (CAMF-PUC) e da Assessoria Técnica Independente (ATI) Paraopeba.
Foi oportunidade de fazer um balanço das atividades realizadas em 2021 e conversar sobre a proposta de um encontro das comissões, previsto para ocorrer de forma presencial, em 15 janeiro de 2022 (sábado). Foi decidido que o encontro das comissões da região 3 reunirá cerca de 250 pessoas atingidas, para ação preparatória dos desafios do novo ano.
Outras estratégias debatidas e alinhadas para janeiro incluem reunir as Instituições de Justiça para aprofundar as questões relacionadas ao anexo 1.1 do acordo judicial, que contempla projetos para as comunidades, apresentando o trabalho já elaborado junto às lideranças das comissões. E continuar acompanhando junto à Fundação Getúlio Vargas a implementação do anexo 1.2, que trata do Programa de Transferência de Renda (PTR).
Além disso, durante o mês de janeiro a ATI Paraopeba Nacab vai buscar envolver a Região 3 em reuniões e atividades para relembrar os 3 anos do desastre-crime provocado pela Vale e fortalecer a luta por justiça. Nos dias 22 e 23 de janeiro haverá uma feira organizada por pessoas atingidas; e dia 25 de janeiro será o marco de 3 anos do rompimento, com um ato em solidariedade às famílias das vítimas na parte da manhã, e uma assembleia presencial com pessoas das cinco regiões atingidas, na parte da tarde.
Um ano de muitos esforços e resultados
Durante a reunião de balanço do ano, a ATI apresentou as ações realizadas em 2021 visando a participação ativa e efetiva, na busca da reparação. A coordenadora do escritório do Nacab em Pará de Minas, Luiza Monteiro relembrou as reuniões; assembleias; seminários; visitas-técnicas; o trabalho porta-a-porta; e o Nacab Itinerante, em mais de 579 encontros até outubro; as 2.207 demandas de pessoas atingidas encaminhadas às instituições de justiça; os materiais de comunicação; e o trabalho de assessoria jurídica.
Irla Rodrigues, da Gerência Socioambiental e coordenação geral da ATI, seguiu a apresentação falando de estudos realizados em 2021, como o Diagnóstico Emergencial Socioambiental; Pesquisa sobre as condições dos peixes; mapeamento de cheias; análises de água; acompanhamento das coletas realizadas para perícia pela UFMG; atuações junto a comunidades tradicionais; diagnósticos socioeconômicos; formações e grupos de trabalho.
Recordando os desafios relacionados à pandemia, Flávio Bastos destacou a importância da retomada das atividades presenciais neste ano. “Em 2020 o trabalho foi muito prejudicado e o primeiro semestre de 2021 teve um cenário muito restrito. Com o avanço da vacinação, a partir de julho intensificamos nossa presença em campo e isso fez toda a diferença, para nós e para as pessoas atingidas. Foi possível estabelecer um diálogo mais próximo, fortalecendo laços, vínculos e relações de confiança”, valorizou.
Por fim, o coordenador reforçou a importância da mobilização para uma participação efetiva, a fim de influenciar no andamento do acordo. “A luta pela participação continua permanente, firme e forte, especialmente na discussão dos anexos. Temos que lutar para que os recursos cheguem às comunidades, repare os danos à qualidade de vida, à economia e ao meio ambiente, recuperando a vida das pessoas”, enfatizou Flávio Bastos.
O encontro contou com avaliações e falas de vários representantes das comissões, como Amarildo Sousa, Marilei Alves, Abdalah Nacif, Rogerio Giannetti, Patrícia Passarela, Fernanda Soares, Alexsandro Rezende, Giomar Cardoso, além de diversos comentários pelo chat. As exposições celebraram os avanços e conquistas do ano junto à ATI, reforçando demandas e necessidades, especialmente em relação ao Programa de Transferência de Renda e à elaboração da Matriz de Danos, para fortalecimento da luta pela justa reparação.
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Texto e narração: Marcos Oliveira
Edição: Brígida Alvim