Serão realizadas coletas periódicas em 16 pontos da bacia, até meados de 2023
No início de fevereiro, a Assessoria Técnica Independente (ATI) Paraopeba Nacab iniciou a etapa de coleta de água e sedimentos do fundo do Rio Paraopeba, para análise periódica. As coletas serão feitas em diferentes pontos do rio, durante 16 meses.
O objetivo é monitorar o comportamento de elementos químicos e a presença de metais pesados, provenientes da avalanche de rejeitos de minério depositada no rio com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019.
As coletas na Região 3 da bacia do Paraopeba estão sendo feitas pela empresa Tommasi Ambiental e são acompanhadas por analistas de campo do Nacab. A expectativa é de que o estudo traga respostas sobre como ocorre o transporte dos rejeitos pelo rio e como influenciam na qualidade da água do Paraopeba.
“Essas informações irão trazer importantes elementos para identificar e caracterizar danos do desastre-crime da Vale e serão utilizadas para a composição da Matriz de Danos“, explica Lauro Fráguas, gerente de Qualidade de Água e Avaliação de Risco a Saúde da ATI.
O que é a Matriz de Danos
É um instrumento em construção pelas ATIs para listar, agrupar e calcular os danos das pessoas atingidas na Bacia do Paraopeba. Esse instrumento pode ser utilizado para basear as indenizações individuais, no processo coletivo de reparação.
De acordo com Lauro Fráguas, essa é uma nova etapa de estudo, complementar à primeira pesquisa sobre água realizada pela ATI no último ano, e que será contínua.
“As devolutivas (apresentações de resultados) às pessoas e comunidades atingidas ocorrerão periodicamente, na medida em que os laudos forem disponibilizados pelo laboratório. Ao fim do monitoramento, em meados de 2023, será apresentado um estudo mais amplo, com mais detalhes sobre o comportamento dos elementos químicos e sedimentos na bacia na Região 3”, afirma.
Ao todo, são 16 pontos de coletas entre o Rio Paraopeba, afluentes e lagos próximos ao rio. Na região de atuação do escritório de Pará de Minas, há sete pontos de coletas, em Esmeraldas cinco e em Paraopeba quatro. Esses pontos serão monitorados pelo Nacab nos próximos 16 meses.
Relembre a primeira pesquisa de água
Entre 2020 e 2021, o Nacab realizou análises de água em pontos de consumo, a partir de coleta amostral feita em propriedades e residências na região 3 da bacia do Paraopeba, incluindo poços, cisternas e nascentes. Os resultados desta pesquisa serão apresentados pela ATI às pessoas atingidas ainda no primeiro semestre de 2022.
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Reportagem e narração: Bárbara Ferreira
Fotos: Bárbara Ferreira, Marcio Martins e Marcos Oliveira
Edição de texto: Brígida Alvim
Publicação e gestão de redes: Raíssa Lopes