NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

Pessoas atingidas de Esmeraldas e Florestal trocam experiências em intercâmbio 

Evento foi promovido pelo Nacab com o objetivo de contribuir para a auto-organização comunitária no processo de reparação

“Juntos nós podemos muito mais”. É esse o sentimento que Adilson Mariano Vieira, morador da comunidade dos Rosas e Barrancão em Florestal, levou do primeiro intercâmbio entre os municípios de Esmeraldas e Florestal.

Os dois municípios são vizinhos e margeiam o rio Paraopeba. O encontro aconteceu na Fazenda Ciclos, na comunidade Vista Alegre, em Esmeraldas, no sábado, 1º de abril. 

No primeiro momento do encontro, as pessoas atingidas contaram as suas próprias histórias, a relação com o rio Paraopeba e com as pessoas que vivem do outro lado das águas. 

Rita de Cássia (à esquerda), moradora de Esmeraldas (MG)

“O rio nunca foi cerca para gente. Muito pelo contrário, é um ponto de encontro. A gente não tinha cercas pra chegar no rio e podíamos atravessar de barco sem medo de contaminação. Esmeraldas e Florestal sempre foram unidas”, relembra a moradora da comunidade de Riacho em Esmeraldas, Rita de Cássia Diniz. 

Durante o intercâmbio, as pessoas de Esmeraldas dividiram suas experiências sobre a relação com o poder público municipal e a criação da Câmara Temática no legislativo local, com o objetivo de acompanhar as pautas da reparação. Também foram compartilhadas entre os participantes as estratégias sobre o Anexo I.3 do Acordo Judicial de Reparação (projetos de fortalecimento das políticas públicas) e para atuação no Anexo I.1 (projetos de demanda das comunidades atingidas). 

O intercâmbio entre as comunidades atingidas pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão na Região 3 da Bacia do Paraopeba é uma estratégia da ATI Paraopeba Nacab juntamente com as comissões de pessoas atingidas que busca fortalecer a luta pela reparação. 

01/04/2023 - Intercâmbio Esmeraldas Florestal

“Ao longo dos 10 municípios que o Nacab atende existe uma diversidade de experiências, atividades econômicas, manifestações culturais que eram a grande riqueza cultural das margens do Paraopeba. Então nós acreditamos que os intercâmbios contribuem para que essas pessoas possam retomar essas riquezas que foram abaladas ou até mesmo perdidas após o desastre-crime”, destacou o gerente da Reparação Socioeconômica da ATI Paraopeba Nacab, Luciano Marcos da Silva.  

De acordo com o plano de trabalho da ATI Paraopeba Nacab, outros intercâmbios devem acontecer nos próximos meses envolvendo os municípios da Região 3.  

Texto e fotos: Marcio Martins 
Edição: Raul Gondim 
Vídeo: Dani Drumond 

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