Antes de resumir suas ações no fim deste ano as ATIs 39, Nacab e Cáritas, realizaram em conjunto com as comunidades atingidas pelo complexo minerário Minas-Rio a terceira reunião das 13 Comunidades. O foco do encontro foi o repasse das últimas demandas criadas nas reuniões anteriores e discutir ações para o próximo ano.
Partindo deste objetivo inicial as coordenações da Cáritas e do Nacab repassaram as demandas que variaram desde a falta de resposta sobre o Comitê de Convivência das quatro comunidades assessoradas pelo Nacab: Sapo, Cabeceira do Turco, Turco e Beco, até a monitoramento dos horários das explosões perto da comunidade de Gondó, assessorada pela Cáritas. Maria José, coordenadora geral do Nacab, ressaltou a importância da implantação do Comitê de Convivência nas comunidades por ser a maneira mais direta de entrar em contato com a mineradora, Anglo American, e resolver as demandas das comunidades atingidas.
Hellen Margarida, colaboradora da ATI 39/ Nacab, fez a retrospectiva das ações da assessoria técnica no ano de 2021, ressaltou a importância de todos participarem das reuniões e das instâncias participativas desde crianças, para se ter uma real representação da sua comunidade. Destacou o processo de construção participativa das Comissões de Atingidos, que serão a instância para dialogar com os poderes públicos, atores que estão envolvidos no processo de mineração e licenciamento ambiental, em cada uma das 11 comunidades assessoradas. Após apresentação da Cáritas ATI 39, no mesmo sentido, se abriu a reunião para fala dos atingidos sobre o processo de construção do plano de trabalho e outros temas:
Joana, moradora do Sapo, comentou o esvaziamento das comunidades a cada dia e a necessidade de união neste momento para que seus interesses comuns sejam atendidos. Roberto, morador da comunidade do Turco, ressaltou “Nós não podemos esquecer das histórias das pessoas (que moraram anteriormente nas comunidades)” e concluiu que o ideal seria não deixar ninguém para trás após a negociação. A mudança de rotina nas comunidades foi um dos principais temas da reunião, recorrente na fala dos atingidos presentes. Além desses temas, os atingidos da comunidade de São José do Jassen mostraram grande preocupação em relação à instalação de placas que sinalizam “áreas de alagamento” e “rotas de fuga” e pediram maiores explicações por parte da Anglo American, sendo uma das demandas levantadas na reunião.
Por últimos os moradores mostraram seus descontentamentos com o “Ofício 36” e a ausência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Ambiental na reunião e do Ministério Público de Minas Gerais, sendo que alguns repasses seriam necessários a presença de seus representantes. A gerenciadora do projeto, Fundação Israel Pinheiro, se prontificou a encaminhar os ofícios solicitando a presença da secretaria e do MPMG nas próximas reuniões e os repasses das informações para as comunidades.
Todos os encaminhamentos e as informações dessa reunião estão disponíveis por solicitação para todas as comunidades atingidas. As ATIs agradeceram e agradecem a presença e participação de todos na reunião.