NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

CPI das barragens da Câmara Municipal de BH pede que Vale seja indiciada

[vc_row row_height_percent=”0″ overlay_alpha=”50″ gutter_size=”3″ column_width_percent=”75″ shift_y=”0″ z_index=”0″][vc_column][vc_column_text]Por Larissa Costa
Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG),

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das barragens, da Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG), foi entregue na terça (20) e aprovado por unanimidade pelos vereadores. Em seis meses de trabalho, a CPI realizou audiências, visitas técnicas, oitivas, reuniões e seminários para analisar documentos, ouvir a população e entrevistar as mineradoras que atuam na região.

 

No dia 22 de setembro, vereadores irão à Brasília entregar o relatório aos deputados federais e senadores / Karoline Barreto / CMBH

Motivada por pressões da sociedade civil, a Comissão foi aberta após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) para investigar causas do crime e consequências para o abastecimento de água da Região Metropolitana de BH. Como principal conclusão, o relatório de 500 páginas aponta que a atividade das mineradoras é uma ameaça real à segurança hídrica da região e que órgãos competentes devem tomar medidas urgentes para impedir que aconteça mais um crime dessa natureza.

“Se houver o rompimento de alguma barragem que atinja o Rio das Velhas e o sistema em Bela Fama [distrito de Nova Lima], Belo Horizonte e a Região Metropolitana (RMBH) têm 6 a 8 horas de água”, alerta o vereador Irlan Melo (PL), relator da comissão. Segundo o relatório, o eventual rompimento das barragens de rejeitos de Forquilhas, Maravilhas II e Vargem Grande – todas de propriedade da Vale –, implicaria na destruição da área de captação em Bela Fama, responsável pelo fornecimento de água potável para cerca de 43% da população da RMBH.

Considerações importantes

O documento sugere ao Ministério Público de Minas Gerais o indiciamento da Vale pela perda e inutilização da estrutura da Copasa que captava a água do Rio Paraopeba. A obra, concluída em 2015, custou aos cofres públicos R$ 128 milhões e extraía cerca de 5 mil litros de água por segundo, abastecendo dois milhões de pessoas em BH e na Região Metropolitana. Com a destruição da bacia do Rio Paraopeba pela lama, a captação de água nesse ponto foi suspensa.

“A Vale precisa ser indiciada sim, porque está deixando a população da Região Metropolitana com risco de ficar sem água. Isso não só por causa das barragens de rejeitos que rompem por um modo de operação criminoso associado a uma omissão do poder público, mas, sobretudo, porque não existe um pensamento sistêmico sobre a proteção das águas, dos rios e dos aquíferos que são tão importantes para nós”, afirma a vereadora Bella Gonçalves (PSOL).

Entre outras recomendações, o relatório aponta para a necessidade de o poder público cobrar que as mineradoras invistam em tecnologias eficientes, seguras e com risco mínimo. Além disso, sugere que seja exigido da Vale o imediato decomissionamento da barragem Maravilhas II e a paralisação da construção da barragem Maravilhas III, projetada para ter uma capacidade de 108 milhões de metros cúbicos de rejeito.

No dia 22 de setembro, os vereadores irão à Brasília entregar o relatório aos deputados federais e senadores. Posteriormente, haverá também a entrega para os deputados estaduais e para a Defensoria Pública, em datas que ainda serão agendadas”.

Link da Notícia:  Brasil de Fato. CPI das barragens da Câmara Municipal de BH pede que Vale seja indiciada. https://www.brasildefato.com.br/2019/08/20/cpi-das-barragens-da-camara-municipal-de-bh-pede-que-vale-seja-indiciada/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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