Evento reuniu pessoas atingidas de Esmeraldas e Florestal com o objetivo de contribuir para a auto-organização comunitária no processo de reparação
A comunidade de Beira Córrego, em Fortuna de Minas, recebeu o 2º Encontro Ecossistema Ciclos de Cooperação e Transição: Construindo o Mundo que Queremos. O evento aconteceu no dia 15 de abril, na sede da associação comunitária local, e foi promovido pelo Nacab em parceria com o Insea.
O encontro reuniu pessoas de Fortuna de Minas, Florestal e Esmeraldas, com o intuito de fortalecer a auto-organização comunitária no processo de reparação, através da criação de redes de trocas de experiências, saberes e produtos desenvolvidos nos territórios.
Além das conversas e interações, aconteceram apresentações culturais, visitas a unidades produtivas, intercâmbios e oportunidades de negócios numa feira de produtos que reuniu produtores das três localidades. Fortalecendo o diálogo, gerando renda e construindo soluções mais sustentáveis para os problemas que são comuns nos diferentes municípios que margeiam o rio Paraopeba.
“A gente tem ‘n’ possibilidades de participação num ecossistema cooperativo. Eu acho que é assim, uma coisa maravilhosa. Essa questão da cooperação é cada um contribuindo com aquilo que que está ao seu alcance, de forma tranquila e de forma prazerosa. Isso eu acho muito bacana. Estou acreditando de mais nesse ecosistema”, relata Hélia Maria Baeça, integrante da Comissão de Vista Alegre, município de Esmeraldas.
Série de encontros
Esse foi o segundo evento de trocas experiências em intercâmbio realizado no mês de abril. Mais do que reparar danos, a população atingida quer construir um futuro com melhores perspectivas, inclusive para os problemas que já existiam antes do rompimento. Estabelecendo conexões entre moradores das regiões atingidas e construindo parcerias com prefeituras, universidades e outras instituições, que possam somar forças e ideias em apoio ao desenvolvimento territorial.
“Esse segundo encontro é uma continuidade da ideia de transição econômica que caminha junto com a reparação. Porque a reparação muitas vezes é um processo lento e as comunidades se desmobilizam achando que as soluções vêm de fora. E o movimento de transição parte do entendimento que são as próprias pessoas que fazem a transformação, que fazem a mudança”, afirma o gerente da Reparação Socioeconômica da ATI Paraopeba Nacab, Luciano Marcos da Silva.
Os intercâmbios entre as comunidades atingidas pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão na Região 3 da Bacia do Paraopeba são uma estratégia da ATI Paraopeba Nacab juntamente com as comissões de pessoas atingidas que busca fortalecer a luta pela reparação. Assim, seguindo o plano de trabalho da ATI outros intercâmbios devem acontecer nos próximos meses envolvendo os municípios da Região 3.
Texto: Karina Marçal
Edição: Leonardo Dupin e Raíssa Martins
Vídeo: Grax Medina