NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

Audiência denuncia graves riscos à saúde na bacia do Paraopeba  

Nesta terça-feira, 29/04, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de MG promoveu uma audiência sobre a saúde das pessoas atingidas pelo rompimento da barragem de Brumadinho.  

Participaram representantes das pessoas atingidas de toda a bacia do Paraopeba, lideranças das quatro ATIs que atuam na região (Nacab, Guaicuy, AEDAS e INSEA), além de representantes da Rede de Atingidos da R3 (Abdalah Nacif, Marilei Aparecida Alves e Rogério Gianetti), do Ministério Público e da Defensoria do Estado de MG, do MAB (Movimentos dos Atingidos por Barragens) e de outros movimentos que lutam contra a mineração predatória.

Ao longo da audiência, a Fiocruz, que vem realizando estudos no município de Brumadinho, apresentou dados que evidenciam os impactos e os danos à saúde física e mental das pessoas atingidas, em razão da exposição a contaminantes como arsênio e manganês. 

"As Assessorias Técnicas, nesse processo de preparo para o Anexo 1.1, identificaram [na bacia do Paraopeba] pelo menos 31 danos coletivos relacionados à saúde, e a gente sabe que existem mais diversos danos individuais que já foram levantados. Precisamos buscar aqui soluções e encaminhamento para mudar essa situação".
Marília Andrade Fontes
Coordenadora da ATI Paraopeba Nacab

Dentre os encaminhamentos propostos, foram cobradas ações do Estado para monitorar a água e fazer com que o SUS seja mais atuante. Além disso, houve um questionamento sobre o fato de que os ERSHRE, os estudos de avaliação de risco à saúde humana e risco ecológico, estejam parados há cinco anos em sua fase 1 sendo que a empresa contratada pela Vale para realizar os estudos foi destituída no final do ano passado, justamente por sua lentidão em apresentar resultados. 

“O estudo da Fiocruz traz mais sofrimento mental do que conforto, porque agora sabemos que nossas crianças podem estar muito contaminadas e nada está sendo feito. É uma tragédia isso. A partir do momento que há um pensamento de água contaminada, o estado já deveria estar fazendo alguma coisa. Deveria, depois de seis anos, estar no campo, cuidando das pessoas. Queremos ver ações”.
Rogério Gianetti
Morador de Beira Córrego (Fortuna de Minas) e integrante da Rede de Atingidos da R3

Clique aqui e veja, na íntegra, a reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.