NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

Representantes de Povos e Comunidades Tradicionais da Região 3 aprendem sobre o uso do bambu 

Intercâmbio promovido pelo Nacab apresentou possibilidades para o uso da planta como matéria-prima na geração de trabalho e renda com qualidade de vida 

No dia 13 de julho, representantes dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) da Região 3 da Bacia do Paraopeba participaram de uma atividade intercâmbio no CERBAMBU RAVENA – Centro de Referência do Bambu e das Tecnologias Alternativas. O objetivo foi eles conhecerem mais sobre a história do bambu, suas propriedades e características, além das suas possibilidades de uso na movelaria, na construção civil e na geração de renda com baixo impacto ambiental e com qualidade de vida. 

A ideia do intercâmbio veio dos próprios PCTs atingidos, que tinham a curiosidade e o desejo em saber mais sobre o tema. A atividade contou com uma palestra do Mestre Bambuzeiro Lúcio Ventania, sobre a cultura do bambu, formas de uso, manuseio e tratamento, além de uma roda de conversa para que as pessoas pudessem entender melhor sobre o uso da planta e trocarem ideias e experiências. 

“Saí daqui com a esperança renovada, ideias de projetos e de muita coisa que pode ser construída através da bambuzeria. Não imaginava que existia mais de 5 mil espécies de bambu e tudo que pode ser feito com essa matéria-prima renovável. Achei muito interessante e importante o que foi ensinado”.
Pai Tozinho
Aldeia das Folhas Tenda Pai Julião das Almas, em Paraopeba
“Há várias formas de fazer coisas com o bambu. De formas que a gente nem imaginava que poderia ter. Nós estamos com a faca e o queijo na mão e não sabíamos”.
Isabel Aparecida Vieira
Rede de Atingidos da R3 e moradora da Comunidade de Córrego de Areia, em Fortuna de Minas (MG)
“O conceito da bambuzeria brasileira é alcançar a autonomia financeira e o tempo. No sistema normal de trabalho e emprego as pessoas vendem o tempo delas, trabalham o tempo todo e não têm tempo para viver. Na nossa proposta de bambuzeria as pessoas têm tempo, dinheiro e conquistam a felicidade sem agredir a natureza, trabalhando com um recurso natural renovável maravilhoso, que é o bambu”.
Mestre Lúcio Ventania
Mestre Bambuzeiro

Na perspectiva da reparação, após a construção do Plano de Trabalho da Entidade Gestora dos recursos do Anexo 1.1 do Acordo de Reparação, a visita serviu de inspiração, ao apresentar novos conhecimentos e possibilidades de material para o desenvolvimento dos projetos dos Povos e Comunidades Tradicionais previstos no Anexo. 

Texto, fotos e imagens: Marcos Oliveira
Edição: Fabiano Azevedo
Edição de vídeo: Daniel Drumond